O poço - Netflix

"O poço" (Original: El hoyo) lançado esse ano pela Netflix foi um dos filmes que desfrutei na quarentena e fiquei tentada a escrever uma crítica sobre ele. Há algumas décadas atrás a Espanha fez um forte investimento em esportes e em cultura e agora estamos recebendo os frutos positivos disso, por exemplo com grandes equipes de futebol como Real Madrid e o Barcelona, ou com as séries como La Casa del Papel, Elite, Vis a Vis e novos filmes de extrema qualidade. "O poço" creio que faz parte de uma grande linha de filmes espanhóis bons que vale a pena assistir.
O filme não é para você assistir relaxado para passar o tempo, ele possui muitas metáforas e detalhes sórdidos que você precisa colocar atenção para que posso criar uma teoria a partir de todas as simbologias e sinais que o filme vai passando. 
A história se baseia em uma prisão vertical que possui 333 plataformas em que existe um buraco no meio que permite que um elevador passe diariamente com um banquete para que as pessoas possam comer. Ou seja se entende que as pessoas dos primeiros andares desfrutam de muitas opções de comida e grande fartura, mas quanto mais baixa para os demais andares tudo vai se acabando e as pessoas sofrem com fome absurda. Contudo mensalmente as pessoas trocam de andares em um suposto sorteio macabro e podem subir ou descer. É bem aleatório e não se sabe bem os critérios dessa modalidade de prisão. O que sabemos é que trata-se de um lugar onde você não tem contato com ninguém do exterior e te permite levar apenas uma coisa consigo.
Temos como personagem principal Goreng que seria o personagem principal e que leva consigo um livro para "o poço" lá conhece Trimagasi seu primeiro companheiro de "cela" que é um senhor já mais velho que levou consigo uma faca moderna e afiada e que tem um conceito bem deturbado das coisas, mas que explica como funciona todo o esquema daquela vida que possuem. Goreng não muito confiante com tudo isso e meio em desacordo com essa filosofia nos próximos andares tenta mudar os conceitos de seus parceiros.
Não vou expor muito mais para não deixar spoilers, mas de acordo com que li a teoria se baseia em toda segregação social do mundo capitalista em que a elite se encontra nos andares superiores devorando tudo e sem deixar nada para os últimos, os pobres. Contudo eu tenho uma outra ideia de teoria, não é oficial nem nada, mas é minha opinião sobre do que trata a metáfora do filme:
"O poço" na minha ideia seria suposta o Inferno, assim como Dante Alighieri sugere em seu livro "Divina Comédia" em que cada andar teoricamente estaria um tipo de pecado ou condição diferente, já que no filme vemos alguns pecados (que teriam relação aos pecados capitais talvez), como avareza, gula, vaidade, luxúria, ira, preguiça e inveja; alguns de modo sutil e outros nem tanto. Mas que ao fim ao chegar no suposto andar 333 em que teoricamente seria a metade do 666 o número do diabo é onde se encontra a esperança, onde os personagens tentam enviar uma mensagem e mudar sua condição e que ao fim não sabemos se funciona ou não, mas sabemos que parece que acaba em algum tipo de nirvana. Enfim, é minha ideia, nada oficial de uma teoria do filme.
Bem, como podem ver o filme tem que ser assistido com atenção e você deve estar preparado para pensar a respeito, assim aproveitará a ideia dele e gostar dessa proposta. Eu adorei, achei bem intenso e dúbio, com um final aberto para especulações sem certo e errado. Óbvio.
Obrigada se leu até aqui. Até a próxima!

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